A Vanguard, uma das gigantes do mercado financeiro com impressionantes US$ 11 trilhões em ativos sob sua gestão, está cogitando permitir que seus clientes tenham acesso a ETFs de Bitcoin e outras criptomoedas. Essa informação foi divulgada pelo site Crypto In America, que conversou com fontes próximas à gestora.
Para entender a situação, vale lembrar que a BlackRock, que também administra US$ 11 trilhões, tomou um caminho totalmente diferente. Enquanto a BlackRock já lançou ETFs de Bitcoin e Ethereum, com grande sucesso, a Vanguard havia adotado uma postura mais restritiva, chegando até a proibir seus clientes de negociarem criptomoedas sob o risco de fechar contas.
A mudança de estratégia da Vanguard
Recentemente, um levantamento feito pelo Livecoins revelou que a Vanguard já é uma das principais acionistas de várias empresas do setor cripto. Um exemplo é a Strategy, a maior detentora de Bitcoin do mundo. Além disso, ela também tem participação em empresas como a mineradora Riot, a corretora Coinbase e a Block, da qual Jack Dorsey é cofundador e que possui 8.692 bitcoins em caixa.
Essa mudança no cenário se dá porque, apesar de não poderem comprar Bitcoin diretamente, muitos clientes da Vanguard optam por investir em ações de empresas que atuam no setor, buscando uma forma de entrar nesse mercado. Recentemente, fontes ligadas ao Crypto In America afirmaram que a visão negativa da Vanguard em relação ao Bitcoin pode estar mudando.
Uma fonte confidencial comentou: “Eles [Vanguard] estão sendo muito metódicos em sua abordagem, entendendo que a dinâmica vem mudando desde 2024”. Embora a Vanguard não tenha a intenção de lançar seus próprios ETFs de criptomoedas, ela planeja permitir que seus clientes acessem fundos de terceiros, como os da BlackRock.
Críticas passadas e nova postura
No passado, a Vanguard fez várias críticas ao Bitcoin. Por exemplo, Burton Malkiel, que liderou a gestora por 29 anos, chegou a afirmar que “muitas pessoas vão se machucar com o Bitcoin”. Em março de 2024, Tim Buckley, então CEO da Vanguard, disse que a criptomoeda é “muito volátil e não é uma reserva de valor”, destacando que o Bitcoin caiu junto com outros ativos em momentos de crise. Atualmente o cargo é ocupado por Salim Ramji, que é visto como um defensor do Bitcoin na comunidade.
O crescimento da BlackRock nesse campo, aliado aos avanços nas regulamentações nos Estados Unidos, podem estar influenciando essa nova visão da Vanguard. Com o tamanho da gestora, essa mudança também pode ter um impacto significativo no preço do Bitcoin.
